Sobre a raça

É bastante provável que o Maltês seja o representante mais antigo do grupo dos animais de brinquedo já mantidos no luxo Real há mais de 3.000 anos.

Ele sempre teve livre curso pelos corredores palacianos nos áureos tempos de Roma e da Grécia. Praticamente todas as vezes que uma senhora elegante se apresentava em público fazia-se acompanhar de um exemplar. Consta que esse animal fora negociado por quantias que equivalem a vários milhares de dólares. Ainda paira alguma dúvida a respeito do aparecimento em Malta ou em alguma regiăo asiática. O que se sabe é que por volta do século XIV, a cidade de Malta se tornou local para onde convergiu todas as pessoas interessadas na aquisiçăo desse elemento.

Algum tempo depois pisou o solo inglês, onde teve bastante contribuiçăo para o desenvolvimento e continuidade da raça.

 

APRESENTAÇĂO

O que diferencia o Maltês entre todas as raças caninas é sua pelagem sedosa e a brancura inigualável.
Totalmente coberto de pêlos longos, ele conserva sempre uma aparência meiga e suave. Sua cauda tomada de pêlos repousa de forma leve sobre seu dorso. Um verdadeiro aristocrata cheio de mimos.
A grande satisfaçăo do Maltês é estar no meio de pessoas.
Ele está feliz quando está com o seu dono, é atencioso com todos da família e só pede em troca muito carinho.
O Maltês é a raça que mais sofre influência do meio e isso o faz uma das raças mais adaptáveis que existe. Fica satisfeito tanto ao lado de uma senhora idosa que passa as tardes sentada numa poltrona fazendo crochê quanto em uma casa cheia de crianças. No primeiro caso, ele é capaz de passar as tardes sentado ao lado da dona e no segundo vai correr, brincar e pular com as crianças o dia inteiro!
Vamos conhecer agora um pouco mais sobre esse adorável căozinho branco.

 

ORIGEM

O Maltês é um căozinho milenar. Alguns apontam inclusive que esta é talvez a raça mais antiga de que se tem notícia.
Charles Darwin, autor da Teoria da Evoluçăo, situou a origem do Maltês em 6.000 a.C. É um căo de luxo que, ao longo dos séculos, teve inúmeros nomes diferentes: “o căozinho antigo de Malta”, “o căo das damas romanas”, "o confortador” e assim por diante até, finalmente, ficar conhecido como Maltês.
O primeiro nome com o qual ficou conhecido entre gregos e romanos, Căo de Melitaie, é originário da Ilha de Melitaie, antigo nome da Ilha de Malta.
Malta é uma das mais antigas civilizaçőes. Colonizada pelos Fenícios por volta de 1.500 a.C., conta-se que a ilha incorporou diversos povos mediterrâneos e tornou-se uma potência de prosperidade e opulência.
E foi nesse cenário que surgiu o Maltês.
A principal atividade de Malta era seu mercado, onde tudo era comercializado, inclusive os căezinhos, que eram negociados a preço de ouro e enviados para todas as partes do mundo. As damas das sociedades faziam questăo de aparecer em público sempre acompanhada de seus exemplares.
A verdadeira origem ainda é uma incógnita. De onde realmente veio esse pequeno căozinho branco?
Năo se tem certeza se da Ilha de Malta mesmo ou de alguma regiăo do continente Asiático. Agora, o que se sabe é que lá pelo século XIV, a Ilha de Malta passou a ser o local para onde convergiam às pessoas interessadas na raça. A fama do branquinho chegou à Inglaterra, que teve mais tarde uma importante contribuiçăo para o desenvolvimento e continuidade da raça.

 

PADRÃO

Padrăo Oficial FCI/CBKC*:
MALTêS – Grupo 9 – Căes de Companhia; Seçăo 1. – Bichons e Assemelhados; Padrăo 065.
PAÍS DE ORIGEM: Itália.
NOME DE ORIGEM: Maltese.
UTILIZAÇĂO: Companhia.
ASPECTO GERAL: căo pequeno, tronco alongado, com uma pelagem branca e bem longa, muito elegante, de cabeça erguida, com confiança e imponencia.
PROPORCŐES IMPORTANTES: o comprimento do tronco ultrapassa, em torno de 38% a altura da cernelha. O comprimento da cabeça é igual a 65% da altura na cernelha.
TEMPERAMENTO E CARÁTER: esperto, afetuoso, muito dócil e inteligente.
CABEÇA: de comprimento igual a 65% na cernelha. Tendendo a larga, um pouco maior que a metade do comprimento.
STOP: muito marcado, fazendo um ângulo de 90º.
TRUFA: volumosa, arredondada e com as narinas abertas. É rigorosamente pintada de preto.
FOCINHO: a linha superior do focinho é reta, com a cana nasal bem marcada no segmento central.
LÁBIOS: a rima labial é, também, rigorosamente pintada de preto.
DENTES: fazem a oclusăo em tesoura.
OLHOS: de tamanho maior do que seria normal, aberto, de contorno tendendo ao arredondado, pálpebras bem ajustadas, de cor cobre carregado, e a orla das pálpebras pretas.
ORELHAS: de formato tendendo ao triangulo, inserçăo alta, portadas pendentes, caídas rentes às faces. Pouca mobilidade.
PESCOÇO: revestido de pêlos longos, a nuca permanece bem delineada. A linha superior é arqueada, sem apresentar barbela.
TRONCO: o comprimento, medido da ponta do ombro à ponta da nádega, é 38% maior que a altura na cernelha.
CAUDA: inserçăo no alinhamento da garupa é grossa na raiz, terminando em ponta.
ANTERIORES: vistos no conjunto, săo bem articulados ao tórax e bem aprumados. Patas redondas, dígitos compactos e arqueados, com a sola das almofadas, plantares e digitais, pigmentadas de preto. Unhas escuras, preferencialmente pretas.
MOVIMENTAÇĂO: uniforme, com passadas curtas e muito rápidas no trote.
POSTERIORES: vistos em conjunto, ossatura robusta e paralelos. Vistos por trás, aprumados desde a garupa.
PATAS: com características idênticas a dos anteriores.
PELE: bem ajustada e toda bem amoldada ao corpo, pigmentada com manchas escuras e vermelho vinho, especialmente no dorso. A orla das pálpebras, a terceira pálpebra, a rima labial e as mucosas săo pretas.
PELAGEM: simples, sem subpêlo, densa, de textura sedosa, brilhante, caindo pesadamente e bem longa em todo corpo, permanecendo lisa ao longo da linha superior, sem indício de ondulaçăo ou encaracolado. No tronco, o comprimento do pêlo ultrapassa o da altura na cernelha e cai pesadamente no solo, como um manto bem assentado sobre o tronco. Na cabeça a pelagem é bem longa, se confunde com a barba e cai, até mesclar-se com as das orelhas. Na cauda os pêlos caem de um só lado do tronco.
COR: branco puro, admitindo-se o marfim claro.
TALHE: altura – para os machos 21 a 25 com na cernelha; para as fêmeas de 20 a 23 cm. Peso – de 3 a 4 quilos.
Nota: os machos deverăo apresentar dois testículos de aparência normal, completamente descidos e bem acomodados na bolsa escrotal.
*FCI é a Federaçăo Cinológica Internacional a qual está ligada a CBKC, que é a Confederaçăo Brasileira de Cinofília.

 

DESQUALIFICAÇÕES

Divergência ou convergência acentuada das linhas superiores do crânio e do focinho;
Trufa, despigmentaçăo total ou pigmentaçăo diferente do preto;
Despigmentaçăo total das pálpebras;
Prognatismo superior;
Olhos porcelanizados;
Anurismo ou braquiurismo congênitos ou adquiridos;
Pelagem ressecada;
Qualquer cor diferente do branco exceto o marfim pálido;
Manchas de qualquer cor, por menos que sejam;
Mono ou criptorquidismo ou desenvolvimento insuficiente de um ou de ambos os testículos.

 

PROCRIAÇÃO

As fêmeas devem procriar a partir de um ano e meio de idade, depois do segundo cio, quando já estăo formadas. Elas sentem uma grande necessidade de serem măes, de criar. Muitas vezes podem até ter gravidez psicológica. Geralmente, a Maltês é uma excelente măe. Ela năo só cria muito bem os seus filhotes como também os das outras fêmeas, pois seu instinto materno é muito forte. A duraçăo do cio é de 10 a 15 dias. É importante frisar que existe o cio normal e o cio seco. Quando ocorre o cio seco, geralmente, o dono nem percebe que a cachorrinha ovulou. O cuidado deve ser redobrado para quem tem machos e fêmeas juntos, porque pode ocorrer uma cruza indesejada. Os dias férteis săo teoricamente no 9ş ao 13ş, mas năo é uma regra e năo dá pra prever com exatidăo. Os machos podem cruzar com um ano de idade, quando estarăo com a estrutura formada a aptos a qualquer tipo de movimento, sem prejuízo para a coluna ou patela. Eles năo sentem necessidade de procriar, podem ficar a vida inteira sem cruzar. Muitos dizem que se a cadela năo cruzar provavelmente vai ter câncer de mama. Existem cadelas matrizes que cruzam a vida inteira e mesmo assim têm a doença, năo há relaçăo nenhuma. Năo é porque a fêmea cruza que ela estará protegida contra qualquer tipo de doença.

A criadora Eliana Bernardo aconselha quem tiver macho a năo colocá-lo quando ele for apenas para companhia.
Se você levá-lo para cruzar uma vez ele pode vier a ter problemas de comportamento. Năo existe uma idade limite para o cachorro (macho ou fêmea) parar de cruzar. Cada exemplar apresenta problemas com certa idade. O macho reproduz até o fim da vida, bastando ter saúde e pique para isso. Por volta dos 10 ou 11 anos o próprio organismo do animal naturalmente vai dando por encerrada a funçăo de procriar.
A cesariana ou o mau parto săo genéticos. Entăo, a probabilidade de uma fêmea má parideira ter uma filha má parideira é muito grande.
Năo é verdade que as cadelas de estrutura grande têm o parto com mais facilidade que as menores. Tudo é uma questăo de genética.
A cadela pode ser grande ou pequena, se tiver carga genética para criar bem, vai parir com facilidade e sem ajuda, caso contrário, pode precisar de cesariana.

O mito que a fêmea deve ser maior que o macho para năo ter problemas com os filhotes muito grandes năo tem fundamento. Isso porque um macho pequeno pode carregar em sua linha de sangue pai ou măe enormes e ai năo adianta ele ser pequeno, os filhotes têm muita chance de serem grandes também.
Entăo, quando você quiser levar seu căozinho cruzar, verifique se na família dos noivos existem căes grandes e assim poderá ter mais certeza de um parto tranqüilo.

Se você gostaria de ter mais de um exemplar de Maltês em sua casa, mas năo quer ter cria, năo compre um casal. É a lógica, macho e fêmea văo cruzar! Entăo, prefira duas fêmeas ou dois machos. Ter dois machos é normal, eles văo se dar bem, um macho só briga com outro na presença de uma fêmea no cio, pois eles văo querer disputá-la. Agora, se năo tem jeito, você quer ter um garoto e uma garota, separe o macho da fêmea quando ela estiver no cio. Se você souber administrar a situaçăo será fácil e năo vai dar muito trabalho, afinal de contas o cio acontece de seis em seis meses.

 

NINHADA

Nas ninhadas de Maltês nascem em média três filhotes. O melhor período para cadela procriar é aos três ou quatro anos de idade. Nesta fase ela é mais fértil e pode ter de quatro a seis filhotinhos. Mas isso tem a ver também com a genética, se a măe tiver quatro filhotes, provavelmente suas filhas também terăo quatro filhotes por ninhada. Se a măe tiver um, as filhas terăo um, e assim por diante.